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Eu amo meu filho, mas detesto ser mãe.


A frase do título causa um espanto e até um certo desconforto, mas é necessário falarmos sobre a romantização da maternidade e os sentimentos negativos a respeito do papel materno.


Durante muito anos acreditamos que as mulheres só seriam completas se fossem mães, e aquelas que não queriam viver a maternidade eram julgadas e mal compreendidas.


Com o passar dos anos ficou mais comum encontrar mulheres que não querem viver a maternidade e esse posicionamento começou a ser mais aceito pela sociedade (mais aceito não significa necessariamente respeitado).


No entanto, há um sentimento comum entre as mães que não é compartilhado pelo medo da má interpretação e do julgamento: o de não gostar de ser mãe ou da maternidade em si.


Tem sido cada vez mais comum na clínica escutar mulheres que têm filhos dizerem que não gostam desse papel materno, e isso nada tem a ver com o amor pelos filhos.


Existe uma crença, uma fantasia social a respeito do "instinto materno". Acredita-se que toda mulher possua esse instinto e vocação para a maternidade e que o "amor de mãe" é algo inerente ao sexo feminino.


Mas precisamos desmistificar essa fantasia.


Não existe instinto materno e muitas mães se arrependem da maternidade porque descobrem que ser mãe não é nada daquilo que ouviram falar.


A maternidade é extremamente romantizada e ninguém prepara a mulher para as dificuldades que ela viverá. E isso faz com que muitas mulheres se arrependam e não gostem do papel de mãe, percebendo muitas vezes que não possuem perfil para tal papel.


A discussão sobre o tema é importante para que essas mulheres se sintam acolhidas e percebam que não estão sozinhas e que isso não faz delas pessoas (ou mães) ruins.


Ser feliz e amar o filho é muito diferente de ser feliz e amar ser mãe!

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